Como é Calculado o Grau de Risco por CNAE nas Empresas

O grau de risco por CNAE é calculado pela natureza das atividades empresariais, influenciando normas de segurança e exigências trabalhistas.

O grau de risco por CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) nas empresas é calculado com base na atividade econômica predominante que a empresa exerce, conforme definido pelo seu código CNAE. Esse cálculo é fundamental para definir as alíquotas de contribuições relativas à Segurança e Saúde no Trabalho (SST), que impactam diretamente no valor do Seguro Acidente de Trabalho (SAT) e na alíquota do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) aplicados à empresa.

Para entender exatamente como se dá esse cálculo, é preciso compreender que a Receita Federal e a Previdência Social utilizam o código CNAE para identificar o setor da empresa, atribuindo-lhe uma categoria de risco conforme as normas estabelecidas pelo Ministério da Economia, especialmente pelo Decreto nº 3.048/1999 e pela Portaria nº 1.127/1994. Assim, a partir do CNAE, a empresa é enquadrada em um grau de risco pré-determinado, que pode ser baixo, médio ou alto, e que corresponde a uma alíquota específica de contribuição para o INSS.

Como é Feito o Cálculo do Grau de Risco por CNAE

O cálculo do grau de risco ocorre de forma padronizada, considerando as seguintes etapas:

  1. Identificação do CNAE principal: A empresa informa seu código principal, que corresponde à atividade econômica que representa a maior parte do seu faturamento.
  2. Classificação do risco: A partir do CNAE, a tabela de riscos da Previdência Social classifica o grau de risco da atividade, que pode variar entre:
    • Grau 1 – Risco leve: alíquota de 1%
    • Grau 2 – Risco médio: alíquota de 2%
    • Grau 3 – Risco grave: alíquota de 3%
  3. Aplicação da alíquota: A alíquota correspondente ao grau de risco é aplicada sobre a remuneração total paga aos empregados para compor a contribuição do SAT.
  4. Ajuste pelo FAP: A partir do grau de risco base, é aplicado o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que pode aumentar ou reduzir a alíquota em até 50%, com base no desempenho da empresa no controle de acidentes e doenças ocupacionais.

Exemplo Prático

Suponha uma empresa com o CNAE de atividade industrial classificada como grau de risco 3 (alto). A alíquota base será de 3%. Se o FAP da empresa for 0,8 (redução de 20%), a alíquota efetiva aplicada será:

3% x 0,8 = 2,4%

Essa será a alíquota que a empresa usará para calcular sua contribuição ao SAT, impactando diretamente no custo com encargos trabalhistas relacionados à segurança do trabalho.

Importância do Grau de Risco por CNAE

Esse cálculo é crucial para que as empresas possam planejar seus custos e investir em medidas de prevenção para reduzir o grau de risco e, consequentemente, a alíquota de contribuição. Além disso, uma classificação correta do CNAE é fundamental para evitar pagamento indevido ou autuações fiscais, uma vez que o grau de risco influencia diretamente no valor a ser recolhido.

Nos próximos tópicos, abordaremos como as empresas podem identificar seu CNAE correto, alterar seu enquadramento em casos de necessidades e monitorar o FAP para melhorar seus custos com encargos previdenciários.

Entenda a Relação Entre Atividades Econômicas e Grau de Risco

Para compreender como o grau de risco é determinado para diferentes empresas, é fundamental analisar as atividades econômicas desempenhadas por elas, classificadas pelo CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Cada atividade possui características específicas que influenciam diretamente no potencial de riscos ocupacionais, ambientais e à saúde dos trabalhadores.

O que é o CNAE e sua importância no cálculo do grau de risco

O CNAE é um código que identifica a natureza da atividade econômica exercida pela empresa, utilizado pelo governo para fins tributários, estatísticos e regulatórios. No contexto da segurança do trabalho, o CNAE serve como base para a definição do grau de risco, que impacta diretamente na contribuição previdenciária da empresa e na obrigatoriedade de medidas de proteção.

Como as atividades impactam o grau de risco

A classificação do grau de risco leva em conta a probabilidade e a gravidade dos acidentes e doenças ocupacionais associados à atividade econômica. Por exemplo:

  • Indústrias químicas estão relacionadas a manuseio de substâncias tóxicas, elevando o grau de risco para alto;
  • Atividades administrativas, como escritórios, tendem a ter grau de risco baixo, devido ao ambiente controlado;
  • Construção civil apresenta risco elevado devido à exposição a trabalhos em altura, uso de maquinas pesadas e riscos ergonômicos.

Exemplo prático: Grau de Risco na Construção Civil

Segundo dados do Ministério do Trabalho, o setor da construção civil responde por cerca de 20% dos acidentes de trabalho registrados anualmente no Brasil. É uma atividade classificada como grau de risco 4 (máximo), o que implica em contribuição previdenciária maior para as empresas e a necessidade de rigorosas políticas de segurança.

Tabela comparativa: Exemplos de CNAE e respectivos graus de risco

Atividade Econômica (CNAE)DescriçãoGrau de RiscoImpacto
10.11-3Indústria de produtos de padaria e confeitaria2Risco médio, principalmente por máquinas e calor
62.01-5Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador1Risco baixo, ambiente predominantemente de escritório
41.20-4Construção de edifícios4Alto risco devido a acidentes e exposição a fatores ambientais
86.10-1Atividades de atendimento hospitalar3Risco elevado por exposição biológica e estresse ocupacional

Recomendações para as empresas

  1. Identifique corretamente o CNAE da empresa para garantir que o grau de risco seja calculado de forma adequada e justa;
  2. Implemente medidas adequadas de segurança conforme o grau de risco da atividade, reduzindo a exposição a perigos;
  3. Faça avaliações periódicas das condições de trabalho para atualizar o grau de risco e adequar as contribuições previdenciárias;
  4. Invista em treinamento e conscientização dos colaboradores para minimizar acidentes.

Entender a estreita relação entre o CNAE e o grau de risco é um passo essencial para a gestão eficaz de segurança do trabalho e para garantir a conformidade legal da empresa.

Perguntas Frequentes

O que é o CNAE?

O CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) é um código que identifica a atividade econômica principal de uma empresa.

Como o grau de risco é definido pelo CNAE?

O grau de risco é atribuído com base na atividade econômica da empresa, refletindo os riscos envolvidos no trabalho exercido.

Quais são os graus de risco existentes?

São cinco graus de risco, numerados de 1 a 5, sendo 1 o mais baixo e 5 o mais alto.

Para que serve o cálculo do grau de risco?

Ele serve para determinar a alíquota da contribuição ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que varia conforme o risco da atividade.

Quem determina o grau de risco por CNAE?

O Ministério da Economia é responsável pela classificação e atualização dos graus de risco por CNAE.

Tabela de Grau de Risco por CNAE

Grau de RiscoDescriçãoAlíquota SATExemplo de Atividade
1Risco leve1%Serviços de escritório, atividades administrativas
2Risco médio-baixo2%Comércio varejista, serviços de limpeza
3Risco médio3%Construção civil, transporte rodoviário
4Risco médio-alto4%Indústrias químicas, metalúrgicas
5Risco alto6%Explosivos, mineração, siderurgia

Pontos-chave sobre o Grau de Risco por CNAE

  • O grau de risco é obrigatório para empresas que contribuem para o INSS.
  • A alíquota do SAT varia conforme o grau, impactando no custo previdenciário da empresa.
  • Empresas devem informar corretamente o CNAE para evitar autuações.
  • O grau de risco pode ser revisto em casos especiais com comprovação técnica.
  • Alterações no CNAE podem implicar mudança no grau de risco e na alíquota do SAT.
  • A correta classificação contribui para maior segurança e prevenção de acidentes.

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